quinta-feira, 18 de julho de 2013

Pirâmide de Maslow atualizada


 

Qual é a explicação da pirâmide de Maslow?

 

Necessidades Fisiológicas

            Na base da hierarquia proposta por Maslow, a Necessidade Fisiológica, tem a definição da homeostasia que mantém em equilíbrio toda função orgânica e psíquica, sustentando, em igual proporção, a alimentação física, seja de água, proteínas, gordura, cálcio, oxigénio, entre outras.

            A necessidade fisiológica predomina sobre todas as outras, sem satisfazê-la não se move para outro nível, no entanto, este modelo cíclico orgânico varia sempre em grau e intensidade,  seguindo os mesmos da defesa.

            É importante deixarmos claro que a sustentação desta base tem um grau maior de poder sobre outras fases, e também a sua variação e complexidade a cada núcleo social e geográfico existente na terra, compreendendo a situação geoeconómica e geocultural neste comportamento em que  influencia o homem na sua produtividade.            

Partindo desse princípio, isso pode comprometer ou colaborar com o trabalho.

            A necessidade  fisiológica é de extrema importância na construção do suporte de sustentação desta base, unicamente através dela é que o indivíduo se motivará a  subir nos degraus da pirâmide, segundo Maslow.

 

Necessidades de segurança

            A segurança se reflete no medo constante do indivíduo, não apenas da violência social, mas da ansiedade nas perdas das condições económicas que lhe dão suporte, no ambiente de trabalho, nas circunstâncias produtoras imprevisíveis dos acontecimentos mundiais, no clima, no desamparo familiar. Tudo isso tem um papel fundamental na estabilidade do controle do indivíduo quando em ambiente favorável. Quando certas atitudes desfavorecem estas condições, como a criança quando é punida, ameaçada, agredida verbal ou fisicamente, pode vir a fazer diferença no seu desenvolvimento ao atingir escalas superiores no nível hierárquico de Maslow. Essa necessidade pode se manifestar de forma real, social ou psicológica. As condições de saúde na velhice e a necessidade de amparo, por exemplo, levam o indivíduo a buscar pela segurança.

 

Necessidades sociais

           Quando satisfeita a base, as Necessidades Sociais são o princípio da conquista do homem para atingir o topo de suas realizações.

            O primeiro contato social do homem é o seu eixo familiar. Neste ambiente o homem procura realizar-se emocionalmente, dividir suas ideias, trocar emoções e familiarizar-se a um determinado núcleo social. Bem cedo o homem interpreta essa necessidade por uma questão de sobrevivência. Quando esta importância é acentuada, promove stress e causa problemas psíquicos e emocionais.

            Apesar da individualidade do homem pós-moderno, como característica essencial, a busca por satisfação social não acomete de forma isolada apenas quem busca sua identidade enquanto grupo.

            A imagem do homem no seu núcleo social poderá satisfazê-lo ao mover-se ao topo da pirâmide nesta hierarquia, assim ele cria sua identidade, pois faz definições próprias destes conceitos, sendo este mesmo ciclo individual que irá promover diferentes conceitos de realizações, assim pois o amor nem sempre é ligado à realização sexual.

           O homem é um ser social, neste sentido faz parte até de sua sobrevivência, sendo portanto ainda o conjunto de suas necessidades, tanto fisiológicas quanto emocionais.           As atitudes do indivíduo resultam na sua aceitação ou não pela sociedade, constituindo, assim,  parte dos elementos no ciclo motivacional de Maslow.

 

Necessidades de auto-estima

            O desejo de pertencer a um determinado grupo social ou unir-se a uma determinada pessoa não é tão importante quanto possuir uma avaliação positiva do grupo de afiliação, de reconhecimento, de valorização, de apreciação por parte das pessoas.

            Assim, a aceitação de si mesmo é de fundamental importância para reconhecer seu poder de atratividade e realizar-se. Esta característica no homem é uma particularidade inseparável na vida para desejar a auto-realização.

            O desejo de ser correspondido fornecerá confiança, respeito, prestígio, consideração, independência ou autonomia. Se for aceito na sociedade irá medir o grau de sua auto-estima.

            Este item é agravante na motivação, pois é essencial ao homem sentir-se valorizado, para isso ele não mede esforços para conquistar a aprovação.

            No entanto, para chegar neste princípio é necessário o individuo ter em si mesmo esta aceitação. Como poderá ser amado se não for capaz de ter amor próprio?      Aceitar-se é fundamental no homem, é a mola motriz para caminhar em direção à realização social e profissional.

            Devemos destacar que a falta de auto-estima no homem pode criar neuroses que, agravadas, podem gerar comportamento violento, adotando medidas compensatórias.

 

Necessidades de auto-realização

            Este nível atingido é prova de que as circunstâncias favoreceram para sua chegada neste topo, passando pelos estágios cíclicos desde a base, tais como as necessidades fisiológicas, de segurança, sociais e de auto-estima.

            Está no homem a busca incansável em domar os estágios da vida para sua auto- realização. Sua convicção faz parte da própria natureza em atingir o máximo de si.

            Para atingir tal efeito é necessário o homem expressar seu talento, sua coragem, sua espontaneidade, fazer o que realmente gosta, elucidar o que vai à alma, no espírito operante de criar e provar suas múltiplas capacidades, pois cada pessoa possui suas particularidades, formas operatórias, suas essencialidades  e potencialidades, nestes determinantes efeitos sobre si e aos que com ele convivem.

            Este último elemento na pirâmide constitui a busca pelo homem depois de passar pelas primárias opções, e segue em sua continuidade, pois é duradoura no homem a metamorfose de aprimoramento em sua realização. Essa essencialidade no homem o faz profissional.

            No entanto, para se chegar a este último elemento, o ambiente propício desta realização tem de vir a fazer parte das primárias necessidades  do ciclo descrito por Maslow, de sobrevivência. Resta ainda considerar  situações em que muitos chegam nesse estágio por sublimação, sendo que a renúncia necessária em alguns dos ciclos faz parte desta realização, tais como artistas, cientistas e alguns profissionais que, devido à determinada situação, se obrigam a sobrepor estes estágios, abdicando de certas necessidades evolutivas que caracterizam sua sustentação mediadora.

 

Pirâmide de Maslow: ainda é atual ou está ultrapassada?

Quando na metade do século passado o psicólogo e professor americano Abraham Maslow publicou o trabalho criando a pirâmide das necessidades básicas do ser humano, este conhecimento transitava somente nos círculos humanistas, em especial na área de psicologia. Somente depois que Maslow conheceu Peter Drucker e se envolveu com a área de gestão, passou a conectar suas teorias com o management, desenvolvendo diversos trabalhos neste campo. 


Posteriormente, a teoria da hierarquização das necessidades humanas passou a fazer parte do marketing, pois no fundo, o marketing pode ser conceituado como uma forma de oferecer alternativas para a satisfação das necessidades humanas. Hoje, sempre que se fala em marketing, reporta-se, pelo menos inicialmente, à estas necessidades. E no estudo da satisfação destas, desde as mais elementares, na base da pirâmide, até as mais sofisticadas, no topo, muitas teorias e ações de marketing foram e estão sendo feitas. 

Hoje em dia muito se discute sobre a atualidade desta pirâmide ou sobre sua defasagem perante um mundo moderno, bem diferente daquele no qual viveu Maslow, onde ele fez as observações que o levaram a montar sua teoria e coloca-la sob uma forma geométrica. Levantam-se muitas discussões sobre este tema, geralmente associadas à recorrente pergunta se o marketing cria novas necessidades ou não. Logicamente que a inquietude mental do ser humano leva-o a contestar tudo e isto é salutar, pois é o que leva a humanidade a trilhar novos horizontes. Se nos cristalizássemos em cima do conhecimento existente sem contestá-lo ou amplia-lo, estaríamos ainda na idade da pedra. 


Entretanto, neste exercício eu diria até que saudavelmente iconoclasta, há duas vertentes diferentes: desconstruir o conhecimento previamente existente e tentar substituí-lo por outros ou ampliar, atualizar, trazer para um mundo moderno os conhecimentos já existentes. Tom Peter é um arauto da desconstrução do conhecimento, pregando a substituição do conhecimento existente e a criação de novos modelos. Mas está longe de ser uma unanimidade, mesmo entre os grandes gurus do management. Esta mesma discussão permeia os já tão debatidos 4 Ps do marketing, objeto de outro artigo meu neste site. No caso do mix de marketing, é possível adapta-lo ao moderno sistema de vida atual e aos novos modos de se fazer marketing. 


No que se refere à pirâmide, as críticas que tenho lido, pelo menos até agora, não a descaracterizam, não a tornam obsoleta. Têm sido frutos de uma má interpretação do real significado da palavra necessidade, muitas vezes confundida com desejo ou mesmo de uma interpretação mais livre da primeira palavra. Assim, muitas vezes se diz que o celular ou o automóvel são necessidades do mundo moderno, que não se pode viver sem eles. Primeiro devemos dizer que as necessidades, dentro da pirâmide, são inerentes a todos os seres humanos, independente de sua situação social, seu país, sua idade. Já as chamadas novas “necessidades”, como automóvel, celular, computador, são desejos e instrumentos de trabalho e lazer de uma minoria de pessoas no mundo. Ora, se bilhões de pessoas pelo mundo afora podem viver sem automóvel ou sem celular, eles não são propriamente “necessidades” dos humanos, mas sim de uma minoria. Logo, sob meu ponto de vista, não poderiam ser encaixados na pirâmide, a não ser como extensão de alguma das necessidades ali contempladas. No tempo de Maslow, provavelmente o trem, o bonde e o telégrafo pudessem ser encarados como de tanta “necessidade” como o são hoje os automóveis e o telefone. 


Assim, poderemos encaixar o telefone celular como uma ferramenta para atingir a necessidade básica de alimentação, no primeiro patamar da pirâmide, se ele for usado como instrumento de trabalho que vai gerar renda para comprar alimentos. Será enquadrado como ferramenta do segundo patamar se for usado para aumentar a segurança e como ferramenta do terceiro ou quarto estrato se for usado por uma pessoa simplesmente para “pertencer ao grupo”, para não destoar do grupo social, como é o caso de adolescentes que o usam simplesmente porque os outros também usam e ninguém quer “ficar por fora”. Assim, ele não é uma necessidade em si, mas um instrumento para ajudar a satisfazer uma ou mais necessidades. 


Um excelente exercício é trabalhar com a pirâmide e tentar encaixar tudo que temos hoje à nossa disposição, em termos de consumo, e ver a que necessidade ele se reporta, para qual ou quais necessidades básicas os novos produtos são ferramentas, são instrumentos para satisfazê-las. Vamos nos surpreender com a amplitude e a enorme atualização da pirâmide, vendo que ela pode e deve ser atualizada, mas em termos de interpretação, de seu entendimento de forma mais profunda. Enfim, ela ainda não se esgotou como conhecimento para a área do marketing. 

 

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