sexta-feira, 26 de julho de 2013

Como trabalhar com mulheres

Abaixo a igualdade: a nova etiqueta do escritório reconhece que homens e mulheres são diferentes. Quanto melhor você entender suas colegas, melhor para a sua carreira 
 
 É segunda-feira, logo depois do almoço. Ao redor do café, o pessoal comenta os gols do fim de semana. “Pessoal”, claro, é maneira de dizer: só tem marmanjo. É uma cena corriqueira, mas que traz uma mensagem nas entrelinhas: mulheres são de Vênus, empresas são de Marte. Há um viés claramente masculino na maneira como corporações operam. Durante muito tempo, isso não fez diferença para nós, homens. Elas que se adaptassem. Agora, elas não ficam de fora do papo, mudam a conversa — eis o motivo do sucesso de Faça Acontecer, de Sheryl Sanberg, nº 2 do Facebook, e de Work With Me (“Trabalhe comigo”, sem edição brasileira), líder de pré-vendas. Suas subordinadas, colegas e suas chefas estão mudando seus conceitos – e está na hora de você mudar também. Sem o apoio delas, você não vai chegar muito longe.


Seja menos masculino
Não é no sentido em que você está pensando. Acontece que alguns traços do nosso comportamento acabam excluindo as mulheres – estejam elas abaixo, no mesmo nível ou acima de você. A neurologia mostra que homens e mulheres chegam às mesmas conclusões de maneiras diferentes. A atitude masculina tende a ser mais racional e objetiva, com foco no resultado. Já a lógica feminina tende a valorizar mais o lado emocional e o aprendizado durante o processo. Elas também querem chegar lá, mas por outro caminho.


Fale mais com elas
O consenso é que, se um cara permanece calado durante uma reunião, é porque ele não tem nada para dizer ou concorda com o que é dito. Por uma série de motivos milenares, mulheres muitas vezes discordam de absolutamente tudo, mas não vão falar se não forem consultadas. Consulte-as. Como escreve Sheryl Sanberg, basta uma iniciativa como essa para quebrar o ciclo — nas próximas reuniões, a participação feminina tende a crescer.


Cuidado com as críticas
Quem já esteve em uma briga de casal pode testemunhar: palavras pesam mais para elas do que para nós. Por mais insossa que seja a crítica, você pode passar de “um fofo” a “um idiota”. Basta dizer que, enquanto 80% dos homens se sentem apreciados em seu trabalho, apenas 50% das mulheres podem dizer o mesmo.


Cuidado com os elogios
Elogios profissionais são sempre bem-vindos, claro. Todavia, em tempos de Gerald Thomas vs. Nicole Bahls, nunca é demais avisar: o que para você é uma brincadeira, para a sua colega pode não ter graça nenhuma. Aliás a “brincadeira” não precisa nem ser necessariamente com ela: caso um membro da sua equipe comente algo sobre a senhorita Bahls, uma membra pode levar para o lado pessoal. Isso provavelmente exclui alguns assuntos da hora do café. Mas a verdade é que, nas firmas unissex de hoje, eles já deveriam ter sido excluídos. 


Aprenda a dar retorno
Provavelmente, um dia ideal de trabalho seria aquele em que lhe deixassem quieto. Mas mulheres são diferentes. Como citam os autores de Work With Me, Barbara Annis e John Gray, “oferecer suporte a um homem sugere que ele é incapaz. (…) oferecer suporte a uma mulher faz ela se sentir incluída e permite que ela participe mais”. Da mesma forma, a tendência é que um chefe deixe você mais quieto durante um projeto, mas que uma chefa deseje (melhor interpretar como “vai exigir”) atualizações constantes do andamento das coisas.


Aprenda a ouvir (e ser ouvido)
Uma das principais críticas das mulheres em relação a seus colegas é a mesma que elas fazem sobre seus irmãos, pais, namorados, filhos: nós não sabemos ouvir. O que para nós é aporrinhação, para elas é encorajamento. Inclua na sua rotina momentos de diálogo e esclarecimento de dúvidas – das suas, inclusive.


Seja um cavalheiro
Abrir a porta para ela entrar no carro, se oferecer para pagar a conta, elogiar um novo corte de cabelo. Segundo pesquisas, as mulheres que se ofenderiam com esse tipo de atitude não existem. “Não é porque elas estão disputando os mesmos cargos que você precisa esquecer as boas maneiras”, dizem os autores de Work With Me. Que bom que nem todas as tradições precisam ser revistas.


Inclua-as no happy hour
Cerca de 80% das mulheres se sentem excluídas no ambiente de trabalho, enquanto 90% dos homens afirmam que não as excluem. É, tem algo errado aí. Acontece que convidar é só a primeira parte. Não adianta nada que elas ajudem a pagar a conta e tenham de passar horas ouvindo falar de futebol, filmes de ação ou gostosas de outros setores – “com todo o respeito”. Homens precisam aprender a variar os assuntos. Você só tem a ganhar com isso, no campo pessoal e no profissional.


By edição de ALFA de maio de 2013

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