sexta-feira, 26 de julho de 2013

Como fugir das piores ciladas na carreira

Conscientemente ninguém as busca, mas vira e mexe muitos profissionais se veem em situações que consideram verdadeiras ciladas de carreira. “Muito do que ocorre é por falta de vivência corporativa”, diz a coach Mariella Gallo.


E, segundo ela e o coach Homero Reis, comportamentos e atitudes inadequadas contribuem e muito para que muita gente caia em uma ou mais ciladas durante a vida profissional. Confira quais são, de acordo com os dois especialistas:


1. Confundir inocência e ingenuidade
“Inocente é quem não tem culpa, ingênuo é quem enxerga o mundo como a personagem da literatura Pollyana”, diz Reis citando o clássico da literatura infanto-juvenil de mesmo nome.

Ou seja, considerar apenas as vantagens e o lado bom de tudo, sem ponderar riscos e desvantagens pode leva-lo a cair em ciladas. “Quando você entra em uma relação sem saber que existe um lado negro está se metendo em uma cilada”, diz Reis.

Aceitar uma proposta de trabalho sem verificar desvantagens da movimentação, é um exemplo de uma cilada que decorre deste comportamento ingênuo, por exemplo. Dizer sim a um novo projeto sem verificar as implicações de aceitar esta nova responsabilidade é outra situação que pode acontecer quando só se leva em conta o lado cor-de-rosa.


2. Disponibilidade 24 horas
Estar sempre disponível para qualquer demanda que surja no escritório pode fazer com que você caia em uma armadilha. “Quando estou sempre disponível nunca me torno desejável”, lembra Reis.

Dizer sim sempre que pedem para alongar o expediente, nunca negar a participação em um projeto e acatar todo e qualquer pedido do chefe pode ser perigoso.

“Há pessoas que têm um perfil muito ligado à questão de querer ser incluído, de querer agradar, então acabam fazendo promessas demais e se atrapalham com o excesso, não conseguindo cumprir depois”, diz Mariella. Para ela, a habilidade de dizer não está também intimamente ligada à quantidade de promessas que uma pessoa faz.


3. Deixar de ser para transformar-se em um personagem
Quando a sinceridade e a franqueza desaparecem o cenário torna-se perfeito para que o profissional se veja em meio a uma cilada, e das piores. “Vender -se” como sendo algo que não é só para fisgar o recrutador é um exemplo claro disso.

Além das clássicas mentiras no currículo ou na entrevista de emprego, há também a questão da cultura da empresa. Muitas vezes para conquistar a oportunidade, profissionais optam por dizer que a cultura da empresa vai ao encontro do seu estilo de trabalho quando, na verdade, vai de encontro.

“Quando os valores e a cultura são diferentes, a relação de trabalho fica insustentável”, explica Mariella. Assim, é melhor pensar duas vezes antes de dizer que não tem problema em trabalhar sob pressão se o seu estilo não é compatível. 


4. Ao invés de simples, você é simplório
Simplicidade e objetividade são, de fato, palavras de ordem no mundo corporativo. Mas não ser capaz de separar o que é simples do que é simplório pode resultar em problemas. “ Quem dá uma resposta simplória pode ser rápido e objetivo mas não tem ideia de qual vai ser a execução”, diz Reis.

Por exemplo, numa reunião o seu chefe apresenta um problema e você prontamente traz uma solução. “Vamos fazer isso”, diz o gestor animado pedindo para que você detalhe os planos de execução da sua ideia. Em silêncio, você se vê em uma cilada porque não havia pensado na questão prática. “E agora?”, você pensa.


5. Não saber romper sem abandonar
“É parte do desenvolvimento humano romper com estruturas velhas para criar novas mas não pode abandonar tudo”, diz Homero Reis. Quando um profissional cresce na carreira, naturalmente, rompe com seus estágios anteriores não deve abandonar tudo que aprendeu, segundo Homero.

Por exemplo, o fato de ter sido promovido a gerente pressupõe novas responsabilidades e atividades mas o profissional não deve se esquecer de tudo que aprendeu quando era analista, porque isso pode prejudicar a sua gestão e o desenvolvimento da equipe (de analistas).


6. Não saber delegar
O comportamento centralizador pode fazer com que, sobretudo, os chefes caiam em ciladas profissionais. “Muitas vezes, o profissional não delega tarefas e continua executando porque o que o levou ao sucesso foi justamente a sua capacidade técnica”, diz Mariella.

Mas, lembre-se que o desenvolvimento de pessoas é parte essencial do trabalho de gestão e que ao furtar-se de ensinar seus subordinados a realizar determinadas atividades você está caindo em uma armadilha, conforme explica Mariella. “No curto prazo há a questão de ficar com muita demanda, e no médio e longo prazo o problema é que o profissional não forma um sucessor e pode estancar a sua carreira”.


7. Não planejar
A bola nem quicou e você já rebateu. Mas se tivesse dominado a redonda veria um jogador livre na pequena área pronto pra fazer o gol. Faltou planejamento estratégico. A rapidez do toque não permitiu a análise do todo.

Da mesma forma que ocorre dentro de campo, em um jogo de futebol, o planejamento da execução é fundamental. “Ao sentar durante uma hora para fazer o planejamento, você ganha 3 horas, em média de execução”, diz Mariella.


8. Confundir autonomia com autossuficiência
“Enquanto a autossuficiência está ligada à prepotência e à incapacidade de pedir ajudar, a autonomia se cerca da humildade e da habilidade de solicitar auxílio”, diz Reis.

O profissional que se considera autossuficiente não trabalha em equipe já que se considera o dono da verdade e o arauto da eficiência e excelência. “E assim, ele acaba metendo os pés pelas mãos”, destaca Reis.

By Revista Alfa

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