Qual é a explicação da pirâmide de Maslow?
Necessidades
Fisiológicas
Na base da hierarquia proposta por
Maslow, a Necessidade Fisiológica, tem a definição da homeostasia que mantém em
equilíbrio toda função orgânica e psíquica, sustentando, em igual proporção, a
alimentação física, seja de água, proteínas, gordura, cálcio, oxigénio, entre
outras.
A necessidade fisiológica predomina
sobre todas as outras, sem satisfazê-la não se move para outro nível, no
entanto, este modelo cíclico orgânico varia sempre em grau e intensidade,
seguindo os mesmos da defesa.
É importante deixarmos claro que a
sustentação desta base tem um grau maior de poder sobre outras fases, e também
a sua variação e complexidade a cada núcleo social e geográfico existente na
terra, compreendendo a situação geoeconómica e geocultural neste comportamento
em que influencia o homem na sua produtividade.
Partindo desse princípio, isso pode comprometer ou colaborar
com o trabalho.
A necessidade fisiológica é de
extrema importância na construção do suporte de sustentação desta base, unicamente
através dela é que o indivíduo se motivará a subir nos degraus da
pirâmide, segundo Maslow.
Necessidades
de segurança
A segurança se reflete no medo
constante do indivíduo, não apenas da violência social, mas da ansiedade nas
perdas das condições económicas que lhe dão suporte, no ambiente de trabalho,
nas circunstâncias produtoras imprevisíveis dos acontecimentos mundiais, no
clima, no desamparo familiar. Tudo isso tem um papel fundamental na
estabilidade do controle do indivíduo quando em ambiente favorável. Quando
certas atitudes desfavorecem estas condições, como a criança quando é punida,
ameaçada, agredida verbal ou fisicamente, pode vir a fazer diferença no seu
desenvolvimento ao atingir escalas superiores no nível hierárquico de Maslow.
Essa necessidade pode se manifestar de forma real, social ou psicológica. As
condições de saúde na velhice e a necessidade de amparo, por exemplo, levam o
indivíduo a buscar pela segurança.
Necessidades
sociais
Quando satisfeita a base, as
Necessidades Sociais são o princípio da conquista do homem para atingir o topo
de suas realizações.
O primeiro contato social do homem é
o seu eixo familiar. Neste ambiente o homem procura realizar-se emocionalmente,
dividir suas ideias, trocar emoções e familiarizar-se a um determinado núcleo
social. Bem cedo o homem interpreta essa necessidade por uma questão de
sobrevivência. Quando esta importância é acentuada, promove stress e causa
problemas psíquicos e emocionais.
Apesar da individualidade do homem
pós-moderno, como característica essencial, a busca por satisfação social não
acomete de forma isolada apenas quem busca sua identidade enquanto grupo.
A imagem do homem no seu núcleo
social poderá satisfazê-lo ao mover-se ao topo da pirâmide nesta hierarquia,
assim ele cria sua identidade, pois faz definições próprias destes conceitos,
sendo este mesmo ciclo individual que irá promover diferentes conceitos de
realizações, assim pois o amor nem sempre é ligado à realização sexual.
O homem é um ser social, neste
sentido faz parte até de sua sobrevivência, sendo portanto ainda o conjunto de
suas necessidades, tanto fisiológicas quanto emocionais. As atitudes do indivíduo resultam na
sua aceitação ou não pela sociedade, constituindo, assim, parte dos
elementos no ciclo motivacional de Maslow.
Necessidades
de auto-estima
O desejo de pertencer a um
determinado grupo social ou unir-se a uma determinada pessoa não é tão
importante quanto possuir uma avaliação positiva do grupo de afiliação, de
reconhecimento, de valorização, de apreciação por parte das pessoas.
Assim, a aceitação de si mesmo é de
fundamental importância para reconhecer seu poder de atratividade e
realizar-se. Esta característica no homem é uma particularidade inseparável na
vida para desejar a auto-realização.
O desejo de ser correspondido
fornecerá confiança, respeito, prestígio, consideração, independência ou
autonomia. Se for aceito na sociedade irá medir o grau de sua auto-estima.
Este item é agravante na motivação,
pois é essencial ao homem sentir-se valorizado, para isso ele não mede esforços
para conquistar a aprovação.
No entanto, para chegar neste
princípio é necessário o individuo ter em si mesmo esta aceitação. Como poderá
ser amado se não for capaz de ter amor próprio? Aceitar-se é fundamental no homem, é a mola motriz para caminhar
em direção à realização social e profissional.
Devemos destacar que a falta de
auto-estima no homem pode criar neuroses que, agravadas, podem gerar
comportamento violento, adotando medidas compensatórias.
Necessidades
de auto-realização
Este nível atingido é prova de que
as circunstâncias favoreceram para sua chegada neste topo, passando pelos
estágios cíclicos desde a base, tais como as necessidades fisiológicas, de
segurança, sociais e de auto-estima.
Está no homem a busca incansável em
domar os estágios da vida para sua auto- realização. Sua convicção faz parte da
própria natureza em atingir o máximo de si.
Para atingir tal efeito é necessário
o homem expressar seu talento, sua coragem, sua espontaneidade, fazer o que
realmente gosta, elucidar o que vai à alma, no espírito operante de criar e
provar suas múltiplas capacidades, pois cada pessoa possui suas
particularidades, formas operatórias, suas essencialidades e potencialidades,
nestes determinantes efeitos sobre si e aos que com ele convivem.
Este último elemento na pirâmide
constitui a busca pelo homem depois de passar pelas primárias opções, e segue
em sua continuidade, pois é duradoura no homem a metamorfose de aprimoramento
em sua realização. Essa essencialidade no homem o faz profissional.
No entanto, para se chegar a este
último elemento, o ambiente propício desta realização tem de vir a fazer parte
das primárias necessidades do ciclo descrito por Maslow, de
sobrevivência. Resta ainda considerar situações em que muitos chegam
nesse estágio por sublimação, sendo que a renúncia necessária em alguns dos
ciclos faz parte desta realização, tais como artistas, cientistas e alguns profissionais
que, devido à determinada situação, se obrigam a sobrepor estes estágios,
abdicando de certas necessidades evolutivas que caracterizam sua sustentação
mediadora.
Pirâmide de Maslow: ainda é atual ou está ultrapassada?
Quando na metade do século passado o psicólogo e professor americano Abraham Maslow
publicou o trabalho criando a pirâmide das necessidades básicas do ser
humano, este conhecimento transitava somente nos círculos humanistas, em
especial na área de psicologia. Somente depois que Maslow conheceu Peter Drucker
e se envolveu com a área de gestão, passou a conectar suas teorias com o
management, desenvolvendo diversos trabalhos neste campo.
Posteriormente, a teoria da hierarquização das necessidades humanas
passou a fazer parte do marketing, pois no fundo, o marketing pode ser
conceituado como uma forma de oferecer alternativas para a satisfação
das necessidades humanas. Hoje, sempre que se fala em marketing,
reporta-se, pelo menos inicialmente, à estas necessidades. E no estudo
da satisfação destas, desde as mais elementares, na base da pirâmide,
até as mais sofisticadas, no topo, muitas teorias e ações de marketing
foram e estão sendo feitas.
Hoje em dia muito se discute sobre a atualidade desta pirâmide ou sobre
sua defasagem perante um mundo moderno, bem diferente daquele no qual
viveu Maslow, onde ele fez as observações que o levaram a
montar sua teoria e coloca-la sob uma forma geométrica. Levantam-se
muitas discussões sobre este tema, geralmente associadas à recorrente
pergunta se o marketing cria novas necessidades ou não. Logicamente que a
inquietude mental do ser humano leva-o a contestar tudo e isto é
salutar, pois é o que leva a humanidade a trilhar novos horizontes. Se
nos cristalizássemos em cima do conhecimento existente sem contestá-lo
ou amplia-lo, estaríamos ainda na idade da pedra.
Entretanto, neste exercício eu diria até que saudavelmente iconoclasta,
há duas vertentes diferentes: desconstruir o conhecimento previamente
existente e tentar substituí-lo por outros ou ampliar, atualizar, trazer
para um mundo moderno os conhecimentos já existentes. Tom Peter
é um arauto da desconstrução do conhecimento, pregando a substituição
do conhecimento existente e a criação de novos modelos. Mas está longe
de ser uma unanimidade, mesmo entre os grandes gurus do management. Esta
mesma discussão permeia os já tão debatidos 4 Ps do marketing, objeto
de outro artigo meu neste site. No caso do mix de marketing, é possível
adapta-lo ao moderno sistema de vida atual e aos novos modos de se fazer
marketing.
No que se refere à pirâmide, as críticas que tenho lido, pelo menos até
agora, não a descaracterizam, não a tornam obsoleta. Têm sido frutos de
uma má interpretação do real significado da palavra necessidade, muitas vezes confundida com desejo
ou mesmo de uma interpretação mais livre da primeira palavra. Assim,
muitas vezes se diz que o celular ou o automóvel são necessidades do
mundo moderno, que não se pode viver sem eles. Primeiro devemos dizer
que as necessidades, dentro da pirâmide, são inerentes a todos os
seres humanos, independente de sua situação social, seu país, sua
idade. Já as chamadas novas “necessidades”, como automóvel, celular,
computador, são desejos e instrumentos de trabalho e lazer de uma
minoria de pessoas no mundo. Ora, se bilhões de pessoas pelo mundo afora
podem viver sem automóvel ou sem celular, eles não são propriamente
“necessidades” dos humanos, mas sim de uma minoria. Logo, sob meu ponto
de vista, não poderiam ser encaixados na pirâmide, a não ser como
extensão de alguma das necessidades ali contempladas. No tempo de Maslow,
provavelmente o trem, o bonde e o telégrafo pudessem ser encarados como
de tanta “necessidade” como o são hoje os automóveis e o telefone.
Assim, poderemos encaixar o telefone celular como uma ferramenta para atingir a necessidade básica de alimentação,
no primeiro patamar da pirâmide, se ele for usado como instrumento de
trabalho que vai gerar renda para comprar alimentos. Será enquadrado
como ferramenta do segundo patamar se for usado para aumentar a segurança e como ferramenta do terceiro ou quarto estrato se for usado por uma pessoa simplesmente para “pertencer ao grupo”,
para não destoar do grupo social, como é o caso de adolescentes que o
usam simplesmente porque os outros também usam e ninguém quer “ficar por
fora”. Assim, ele não é uma necessidade em si, mas um instrumento para
ajudar a satisfazer uma ou mais necessidades.
Um excelente exercício é trabalhar com a pirâmide e tentar encaixar tudo
que temos hoje à nossa disposição, em termos de consumo, e ver a que
necessidade ele se reporta, para qual ou quais necessidades básicas os
novos produtos são ferramentas, são instrumentos para satisfazê-las.
Vamos nos surpreender com a amplitude e a enorme atualização da
pirâmide, vendo que ela pode e deve ser atualizada, mas em termos de
interpretação, de seu entendimento de forma mais profunda. Enfim, ela
ainda não se esgotou como conhecimento para a área do marketing.
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